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ilustração: Juliana Barbosa

Afrolit Sans Frontieres: atrás das cenas, em frente à camera

Festival/Livros/Escritoras e escritores em tempos de Corona

por Zukiswa Wanner

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agosto de 2020

O nascimento

São os primeiros dos dias de coronavírus no continente. Na África do Sul, anunciam o primeiro caso da Covid em 5 de março. O paciente zero, sul-africano, acabava de retornar de férias da Itália. Um dia depois, parto de Johanesburgo, por onde estive por conta de um evento de artes, e retorno para a minha atual base, Nairóbi, Quênia. 

15 de Março 2020 Nairobi, Quênia

Com a minha família, fomos jantar na casa da amiga Lindy. Igual a mim, Lindy é sul-africana vivendo em Nairobi.

Um pronunciamento está previsto do Presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta.

Ainda era esperado o pronunciamento do Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

Quando passávamos da sobremesa de volta aos drinques, ambos se pronunciam

Os dois países estão fechando.

O Quênia barra todos os voos nas manhãs seguintes, assim fará a África do Sul.

No Quênia, imediatamente fecham as escolas. Pais e mães com crianças em internatos deveriam buscá-las ao final do dia seguinte. A escola do meu filho comunica que aulas online estavam por começar dali a dois dias. Meu filho curte o dia de folga. Essa foi nossa última saída social por um bom tempo.

Na noite de quinta, ao final do jantar, chego, pelo Facebook, ao show At Home, de John Legend, transmitido pelo Instagram. Termino de assistir ao show, minha mente rebobina a fita.  E se? Conseguimos?

É possível?

Em Abuja, meu amigo Abubakar Adam Ibrahim está em auto-isolamento. Vindo da França, deu um jeito de entrar na Nigéria apenas antes dos fechamentos. Recentemente nos publicaram, Abubakar e a mim, na mesma coletânea. Ele manda mensagem dizendo que acabara de ler minha história. Conversamos um pouco mais e eu lanço meu "e se" para ele. Por que não? Tô dentro, responde. E de lá até então, entre fuso horários trocados, começo a escrever aos amigos e amigas escritoras pelo WhatsApp.

Por volta das 17h de Nairóbi, sexta, 20 de Março, quinze dos amigos e amigas escritoras com vínculos à África anglófona, lusófona e francófona tinham topado participar do que de decidi chamar de Afrolit Sans Frontieres. Um convite ficou para um talvez. E eu serei a 16ª. O nome vem com facilidade. Nós todos não podemos comparecer a festivais literários, imagino. E, ainda, estamos todos tão ligados a esse continente e identidade própria como africanas e africanos, onde aqui estamos.

Escritoras e escritores das Áfricas, sem fronteiras. Anuncio com uma postagem no Facebook. Não muito depois, um dos 15 não participa por conta de compromissos familiares; o talvez, vira um com certeza. Nessa mesma noite, criei um grupo de WhatsApp para que todos se conhecessem.

Afrolit Sans Frontieres 1

Somos: Mohale Mashigo, Richard Ali Mutu, Abubakar Adam Ibrahim, Maaza Mengiste, Yara Monteiro, Chike Frankie Edozien, Mukoma wa Ngugi, Bisi Adjapon, Kalaf Epalanga, Nozizwe Cynthia Jele, Shadreck Chikoti, Natasha Omokhodien-Banda, Remy Ngamije, Hawa Golakai, Leye Adenle e Zukiswa Wanner. Outro escritor responderia mais tarde. Não conseguirá participar da primeira temporada de Afrolit Sans Frontieres, ainda que concordássemos em adicioná-lo ao grupo naquela mesma semana. Apesar de se tornar o primeiro escritor que já teremos para o Afrolit 2, ele é, essencialmente, o escritor final, editor e oficial na criação de memes para o primeiro festival Afrolit.

Seu nome? Ondjaki.

Criei uma conta no Instagram com ajuda de James Murua, blogger literário, muito generoso em concordar em criar a identidade visual para o festival e se tornar nosso parceiro oficial de mídia. O tema para esse primeiro dos festivais, é Sexo. Porque, por que não? Pois dizem que africanos fazem, mas não escrevem sobre sexo. Com esse tema, estou tentando mostrar o oposto. E, conhecendo o trabalho da maioria desses escritores, formo as duplas e faço direito ao tema da temporada.

Agências de mídia na África abrem espaço para nós. Mail & Guardian na África do Sul, The Standard no Quênia, Daily Trust na Nigéria, todos cordialmente fazem com que as pessoas conhecessem esse espaço literário online e, que, assim, soubesse o continente que, ao entrarmos ao vivo naquela primeira segunda-feira, 23 de Março, um público de invejar nos esperasse. Nossa largada é em francês com Richard e com Leye, em inglês. O tema para o dia é Sexo e a Cidade, já que ambos escritores têm forte enfoque em suas duas cidades base, Lagos e Kinshasa.

A live desponta para oito dias de risadas, iluminamento e fortalecimento de vínculo não apenas entre escritores/as mas, também, com o próprio público. Logo fica dado que, às 12GMT e 18GMT (9h e 15h, no Brasil) quando iniciamos nossas lives, um público fiel nos espera. Imediatamente, a plataforma cria quase um culto entre seguidores/as. Na sequência nos conectamos com alguns dos mais assíduos, como Ndegwa Nguru, desde o Quênia, Dr Ndlovu, desde a África do Sul, TJ Benson, Lagos, Edwige Dro, Costa do Marfim, @shonatiger, @mswyna e tantos outros. Quando Abubakar tem problemas com Wi-Fi em Abuja, Nigéria, o público o desculpa e se dispõe para estar com ele em uma outra data. Quando Mukoma revela a senha em uma das lives, o público ri conosco da gafe (mas rapidamente mudamos a senha).

E vira um espaço onde escritores/as podem ser quem são, onde leitores/as vejam que escritores/as são acessíveis, divertidos/as, mas mais importante ainda, descobrem obras de escritores e escritoras até então desconhecidas. Todas saem ganhando.

No dia seguinte do final do festival, alguns britânicos planejam um outro festival para dali a um mês, e tweetam que são o primeiro festival online anti-contágio. E não acaba bem pra eles. A Sable, revista literária e praticamente a maioria dos participantes do Afrolit 1 fazem um rebuliço virtual e uma boa de uma piscadela. Sinto muito, colonizadores/as. África fez primeiro. Não nos apaguem.

Deles veio um oops. Um, "queríamos dizer que,".

Uma desculpa sem pedido de desculpa então vem.

E nós seguimos.

No festival que seria de uma temporada única.

Mas não é.


 

Dores do crescimento

Uma semana tinha se passado e Maaza me manda uma mensagem. Pensa muito em como seria ótimo realizar outro festival para falarmos sobre a arte de escrever. Nós temos uma plataforma. Conhecemos escritoras e escritores.

Vamos, respondo.

E nos tornamos co-curadoras dessa segunda temporada do festival. Antes de lançá-la, Lindy, que trabalha na CCTV, a Televisão Central da China, decide chegar junto e o cobrir o festival. Assim faz o The New York Times. Alguns dos nomes de escritoras e escritores são reconhecíveis, outros, menos conhecidos. O que tem em comum é que, todos, independentemente de o mundo conhecê-los ou não, são todos brilhantes escritores e escritoras.

Afrolit Sans Frontieres 2

Ondjaki integra, evidentemente, o Afrolit 2. Outros escritores são: Tanella Boni, Abdourahman Waberi, Fred Khumalo, Lola Shoneyin, Mona Eltahawy, Chris Abani, Nii Ayikwei Parkes, Yvonne Adhiambo Owuor, Jennifer Nansubuga Makumbi, Marie Louise Mumbu, Sulaiman Addonia, Hemley Boum, Ishmael Beah e Elma Shaw.

Adicionamos ao segundo festival algo que não tivemos no primeiro: a moderação. Moderadoras/es colocam perguntas interessantes na conversa, se não suficientemente vindas do público, as fazem por conta própria na interação com escritoras/es.

Começa a sensação de um festival literário tradicional.

No Primeiro Dia, Chris Abani entendeu errado o horário. Co-curadora Maaza leva numa boa; Natasha, Remy e Bisi, do Afrolit16, também. Reprogramamos Allbani para participar durante o final de semana. Dois dos escritores, como é normal em qualquer festival, acabam não participando. E no mesmo dia. 

Dia Três. O primeiro escritor do dia tem problemas a conexão de internet. Nos inteiramos em tempo hábil, então falo com Edwige Dro, nossa moderadora do dia, que deveria então ser com Kelvin Adantchede a conversa, que transcorre com suavidade; aqueles de nós no público nos divertimos muito, isso se a seção de comentários valer de qualquer indicativo.

Menos preparados estávamos para a segunda live. Aproximadamente dez minutos antes de ir ao vivo, propriamente falando, o escritor convidado declara não ter entendido como funcionava o logar e deslogar da conta. E na sequência para de responder às mensagens. Então eu mando, desesperada, uma mensagem ao grupo Afrolit 16 no WhatsApp.

Não se preocupe, me disseram. Deixa essa com a gente. E assim foi. Passo logo um batom (algo que, aparentemente banal, dá um prazer por ser vista assim nesses dias te tanto uso de máscaras). Entro Ao Vivo. Frankie, Leye e Kalaf sucedem um ao outro e me acompanham durante a live, e meu olhar agora se volta para o cartaz do festival, com a lembrança de que numa sessão o escritor nos abandonou.


Afrolit Sans Frontieres 3

Ao final do Afrolit 2, anuncio as datas do Afrolit 3. Tema: Futuro Presente Passado.

O tema é uma oportunidade de trazer ficção histórica, MAS, também nos dá uma chance de olhar para escritoras/es de sci-fi das Áfricas. Sou co-curadora com Mohale Mashigo. No nosso line-up: Jose Agualusa, Leila Aboulela, Tsitsi Dangarembga, Molara Wood, Max Lobe, Mubanga Kalimamukwento, Chimeka Garricks, Dilman Dila, Angela Makholwa, Vamba Sherif, Tanella Boni, Ayesha Harruna Attah, Masande Ntshanga, Beata Umubyeyi Mairesse, Tochi Onyebuchi e Virgilia Ferrao.  Faço o treinamento de login para a Live do Instagram com alguns dias de antecedência. Não quero que se repitam os mesmos erros da temporada anterior. Vou conversando com possíveis parceiros já que penso que, no mínimo, seria ótimo poder pagar `moderação uma pequena ajuda pelo tempo. Infelizmente, a proposta veio sem sucesso.

Uma organização quer se tornar parceira, mas fazendo "mentoria" com o Afrolit. Outra nos quer como parceira que compartilharia redes entre artistas mas, quando visito o site, é uma a única pessoa que pode ser dita de cor. Conversamos entre os primeiros 16 e, em ambas as instâncias, somos unânimes em nossa decisão, apesar das diferentes trajetórias e grupos etários.

É um Não. Em vez disso, o que faz o Afrolit 16 é mandar dinheiro para a moderação. Outras pessoas se oferecem para moderar de graça.

Afrolit 3 começa simbolicamente no Dia da África, 25 de maio, e termina no 1º de junho.

No meio do Afrolit 3, começam os protestos #BlackLivesMatter #VidasNegraImportam. Vira a discussão no grupo de WhatsApp. Em 12 horas, rascunhamos uma carta em solidariedade para com o #BlackLivesMatter.

Enquanto seguimos com o processo editorial, nossos irmãos e irmãs lusófonas nos alertam para o racismo deplorável no Brasil. Se os Estados Unidos são o purgatório para o povo negro, o Brasil soa mais como o inferno. E então temos de reconhecer inclusive que essa é uma carta em solidariedade à América negra. E assim fazemos. Edwige traduz a carta para o francês e, Kalaf, Ondjaki e Yara, para o português. Gravamos uma mensagem de solidariedade nas três línguas, lidas por Maaza, Bisi e Kalaf, e editadas por Ondjaki. Circulamos a carta entre nossos amigos escritores, que circulam aos amigos e assim vai. Quando a Al Jazeera a publica, temos 107 assinaturas. Pelo blog de James Murua, mais assinaturas estavam por chegar.

No final, após uma semana, temos 140 assinaturas.

Em Afrolit 3, enquanto tivemos alguns atrasos por conta de conexão de internet, dessa vez, tudo transcorre com tranquilidade. A única parte chata são dois escritores que não salvaram as Lives. Mas converso com James. Temos de repensar a moderação para que ter todo o material à disposição. Ao final do Afrolit 3, anunciamos 29 de junho a 6 de julho como datas para o Afrolit 4.

Afrolit Sans Frontieres 4

Faço a curadoria de Afrolit 4 por conta própria, ainda que não. É o primeiro em muitos aspectos.

O primeiro em que trabalhamos com parcerias. Da França, embarca CIFORDOM; Ethale Publishing de Moçambique é também parceira; assim como é esta revista Periferias. Outra novidade é que português e francês não mais exigirão moderação bilíngue, que será conduzida nessas línguas. Ainda, é a primeira temporada do festival em que tivemos menos de dez escritores/as falantes de Inglês como língua nativa.

E, por fim, outra novidade da qual nos orgulhamos: na esteira do fenômeno #BlackLivesMatter mundo afora, pela primeira na história do festival temos escritoras e escritores afro-brasileiros, afro-americanos e afro-franceses. Afrolit 4 traz: Natalia Molebatsi, Lamelle Shaw, Koleka Putuma, Irenosen Okojie, Raoul Djimeli, Hannibal Tabu, Niq Mhlongo, Melio Tinga, Kola Tubosun, Suzanne Dracius, Ngwatilo Mawiyoo, Iquo DianaAbasi, Mel Matsinhe, Marc Alaxandre Oho Bambe, Lu Ain-Zaila, Raoul Djimeli e d’bi.young anitafrika.

Dessa vez, a moderação fica encarregada de ser Tops (uma piada do Afrolit que, apenas quem assistiu a uma das Lives, e acompanhou os comentários, vai pegar), para assim assegurarmos que ficará tudo salvo. Como de costume, conexão de internet e eletricidade são nossas inimigas, mas tratamos de reagendar e também o público comparece. No final, todas as filmagens das lives ficam salvas e, nossos arquivos, mais enriquecidos ainda.


Afrolit Sans Frontieres 5

Afrolit 5 é a temporada final do festival. Embarca na parceria a Eduniperiferias editora, do Rio de Janeiro, Brasil, assim como a Prestige Bookshop, do Quênia. E que final.

Convidadas são: Conceição Evaristo, Margaret Busby, Armand Gauz,  Sisonke Msimang, L.L. Mckinney, Helon Habila, Djamila Ribeiro, Ayobami Adebayo, Fiston Mwanza Mujila, Makanaka Mavengere, Rodrigo França, Lerato Mogoathle, Ashley Hickson-Lovence, Frances Mensah Williams, Joe Khamisi e Kayo Chingoyi.

Jornadas, o tema da temporada vem como uma forma de chegar a um final para essa viagem de festival virtual. E é talvez o festival mais picante desde o começo por conta das piadas. Dois dias antes da largada do festival, o The Guardian publica entrevista com a vencedora do prêmio Booker, Bernadine Evaristo. Perguntada quantas vezes faz sexo por dia, sua resposta, linguaruda e abusada, (que assim esperamos, pois, sendo verdade — nossa) é de oito vezes por dia quando não está se sentindo safada. Uma perfeita jogada de pergunta para um festival que tem sido tão divertido. E, para essa temporada final do festival, às vezes engraçado, outras sério, embora nunca entediante, partimos com Leratto, escritora viajante, precisamente nos contando de algumas de suas sexo-espacadas viajando pelo continente. E tanto mais, vieram também dicas sérias, alegrias e complicações de se viajar com um orçamento baixo; vem também a generosidade de muitas das pessoas do continente que a acolheram.

Naquela noite a coisa fica bem mais séria quando o escritor queniano Joe fala sobre o pouco falado, pois de tão devastador, tráfico escravagista do Leste da África. Já a grande rainha com quem amaria tomar um chope escuro no Rio de Janeiro, Conceição Evaristo, bate recorde na audiência na Live do segundo dia de Afrolit 5. Em geral, foi abaixo de 50 a média de audiência nas Lives, mas amantes do festival tendem a mais tarde assisti-las tanto pelo canal do YouTube quanto pelo IGTV, com média de 200 visualizações por sessão. Torna-se a temporada do festival conduzida com mais tranquilidade, com apenas um fora... quando não pudemos encontrar um/a escritor/a minutos antes da Live. Mas tudo certo, o moderador dá um jeito de seguir em frente tão bem, que parece que tinha sido pra ser com um convidado apenas.

O festival se encerra com a participação da editora de Daughters of Africa e New Daughters of Africa. E três horas de festa. Após a primeira hora com Margaret, uma festa virtual de encerramento rola por duas horas, com alguns dos membros regulares do público e convidadas/os anteriores ingressando na festa-live. No dia seguinte, acordo desapontada. Por oito dias por mês, durante cinco meses, esse festival foi parte da minha vida e, agora, encerrou-se. Dou uma sacudida na poeira e me ponho a sorrir ao pensar pra mim mesma: diferentemente de um enterro, esse não é exatamente um fim. Apesar da morte aparente, haverá uma ressurreição por cinco meses a cada próximo ano.


Zukiswa Wanner | Foto: Troy Onyango

Futuro

Enquanto olho para esse último Afrolit do ano, realizado em Inglês, Francês e Português, me dou conta de que esse festival não poderia nunca ter acontecido, tão bem afinado e com tamanha tranquilidade, não fosse a compreensão de James Murua, que deu ao festival sua plataforma.

Mas, igualmente importante, o Afrolit 16 tem seu apoio nas mais variadas habilidades de seus membros. Eu iniciei esse lockdown da pandemia com 16 amigos em um grupo de WhatsApp.  Cinco meses depois, tenho uma família imperfeitamente perfeita com a qual prevejo realizar muitos projetos interessantes nos próximos cinco anos. E, não menos importante, essa família se expandiu para Europa, Caribe e, sim, para a América Latina. Mas, para a pandemia, seria um quase perfeito lockdown.


 

traduzido por
Daniel Martins de Araújo

Afrolit Sans Frontiers | ÁFRICA |

afrolitsansfrontieres.com

@afrolitsansfrontieres

Zukiswa Wanner | África do Sul | Quênia |

Autora, ensaísta, editora e curadora, Zukiswa Wanner nasceu em Lusaka, na Zâmbia, filha de um sul-africano exilado e de uma zimbabweana. Cresceu no Zimbabwe e formou-se em jornalismo na Hawai’i Pacific University no Havaí, EUA. Em 2018, fundou a editora Paivapo, que assina a antologia de contos infantis africanos Story Story, Story Come (2019) traduzida para isiXhosa, tshivenda, kiswahili e shona, de forma a chegar ao maior número de crianças. Em 2020, fundou e fez a curadoria do primeiro festival virtual Afrolit Sans Frontieres, no qual entrevistou autores brasileiros e a levou a editar a sexta edição da revista Periferias 6 e 8 “Raça, Racismo, Território e Instituições” (2021) e “Litafrika: encontros artísticos (2023)”. Em 2020, Wanner foi a primeira mulher africana a receber a Medalha Goethe, pela sua atividade e contribuição ao intercâmbio cultural internacional. No mesmo ano, foi considerada Pessoa Literária do Ano pelo blog literário Brittle Paper, além de ter sido nomeada uma das 100 personalidades africanas mais influentes pela revista pan-africana New African.

Publicou, pela editora Periferias, Relatos da vida palestina sob estado de apartheid (2023).

zukiswawanner.com

@zukiswa.wanner

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