Água! Direito ao bem comum
Imagens do Povo | Observatório de Favelas
Bira Carvalho | Bárbara Dias | Natália Perdomo | Fernando Jesus | Renato Errejota
| Brasil |
agosto de 2020
Abrir a torneira para se servir de água limpa e segura, ato aparentemente simples e banal, não é algo assim disponível para bilhões de pessoas ao redor mundo.
No Brasil, pelo menos 40 milhões de moradores de cidades e metrópoles não têm acesso aos serviços de saneamento básico. Embora a Organizações das Nações Unidas reconheça, desde de 2010, o a essencialidade do direito à água para se viver e exercer todos os demais direitos da cidadania, estamos ainda distantes de sua efetiva conquista para todos. Os impactos à saúde são inúmeros em tais condições, embora ainda mais evidentes na atual conjuntura de pandemia que acomete o mundo.
Sinônimo de radical vulnerabilidade aos contágios e óbitos, a falta de água limpa e segura é apenas mais um latente indício da necropolítica em exercício contra favelas, periferias e seus habitantes.
A água com bem comum e inalienável é tema dos ensaios fotográficos nesta edição, com organização do fotógrafo carioca e Mareense Bira Carvalho, desde sempre parceiro crucial desta Revista Periferias. A seu convite, reuniu os fotógrafos e fotógrafas Bárbara Dias, Natália Perdomo, Fernando Jesus e Renato Errejota.
Como sabemos, o cotidiano dos moradores de territórios populares possui a marca da distância, escassez e privação em relação ao acesso à água. Todavia, as imagem aqui reunidas provocam abraços com diferentes usos sociais da água e com valores fundamentais para o nosso reencontro com a natureza. São correntezas emergidas das favelas e das periferias que nos convocam para afirmar e celebrar o Direito à Vida.
Imagens do Povo | Brasil |
fotógrafos convidados:
Brenda Maria
Natalia Perdomo
Bárbara Dias
Igor Freitas Lima
Renato
Bira Carvalho | Maré, Rio de Janeiro, Brasil |
[em memória] Coordenador do projeto Imagens do Povo, é fotógrafo formado pela Escola de Fotógrafos Populares e “rueiro”; gosta mesmo é de parar na Rua principal da Nova Holanda, e é desta vivência que saem inspirações para fotografar as ruas da Nova Holanda. É formado em áudio e vídeo pela Escola de Comunicação Crítica, é formado ainda em mediação de conflito pela fundação Getúlio Vargas. Morador da Nova Holanda por quase 50 anos, Bira foi uma grande liderança comunitária no Conjunto de Favelas da Maré. Sua participação na revista Periferias foi decisiva, desde a primeira edição, como diretor de fotografia.