O dicionário da vida
Escrita coletiva, linguagem em contextos de cárcere
Carlos Ríos
| Argentina |
agosto de 2022
traduzido por Viviane Borba
Resumo
O presente trabalho se articula como relato de uma experiência docente no âmbito da Oficina literária na Escola de Adultos Nº 701 da Unidade Penal Nº 1, Lisandro Olmos, La Plata (província de Buenos Aires, Argentina) e como instância possível para pensar a relação com a linguagem das pessoas privadas de liberdade. Uma das ferramentas propostas foi a criação de um dicionário, como exercício de reflexão e prática da escrita que permitisse subverter a ideia da língua como um sistema fechado, estabilizado pela norma e pela história — para convertê-lo em uma constelação aberta e associada à própria experiência. São os alunos que estabelecem as entradas do dicionário e escrevem as definições. Esse exercício permite refletir sobre os processos complexos de produção de significado e também, em um nível específico, sobre as distintas formas de definição. Mas, sobretudo, a partir destas pautas, a gestão do dicionário transforma alunos em produtores da linguagem por meio de seleção e inclusão de termos e, então, em participantes ativos das redes de sentido. O dicionário em processo revela as negociações permanentes com a autoridade da letra, tal como aparece corporizada nos dicionários da língua espanhola e se revela como uma forma de história das palavras que são, por sua vez, um relato biográfico e social, atravessado pela articulação indissociável entre linguagem e experiência.
Abro esta intervenção in media res, ou "no meio das coisas": com um pensamento comum acerca do lugar da prática da oficina literária em contextos de privação da liberdade. Particularmente, quando me refiro ao espaço da oficina diante de outros docentes, inclusive diante dos alunos, faço de uma maneira reversível: "oficina literária" por um lado e "oficina de leitura e escrita" por outro.
Em que poderia fundamentar essa diferenciação de forma sinonímica? Em primeiro lugar, por uma necessidade de não restringir as práticas de leitura e escrita da oficina a uma questão de gêneros; em segundo, a fim de intensificar o grau de amplitude da prática da leitura e da escrita, ou seja, romper as fronteiras da representação ficcional ligando-a a outros dispositivos textuais.
Longe de uma associação casual, essa problemática tem a ver, de maneira direta, com a proposta de escrever um dicionário no espaço da oficina. Ao executar este projeto que atravessa os gêneros — não sem questioná-los — , os alunos do primário da Escuela 701 da Unidade Penal Nº 1 de Lisandro Olmos, além de compor os textos habituais que circulam e se escrevem em uma oficina — contos, canções, poemas, e cartas — deram início à produção de textos para o dicionário.
Não se trata de um dicionário ou um glossário marginal — ou seja, do linguajar que os internos usam quando conversam entre si —, e esta delimitação se deve a uma decisão implícita na seleção que os alunos fizeram, ao propor a definição de palavras distantes ou com aparência distanciada dos modos de representação própria do léxico que utilizam dentro da unidade penitenciária.
A proposta do dicionário é fundamentada, além disso, na necessidade de gerar exercícios de escrita pontuais, que podem ser resolvidos em uma sessão da oficina — sabemos que a interrupção de qualquer atividade, no contexto de cárcere, é uma constante — e construir, pouco a pouco, uma amostra eficaz de escrita coletiva. Propor a elaboração de um dicionário a partir da experiência dos alunos com as palavras, como exercício de reflexão e prática da escrita nos permite subverter a ideia da língua como um sistema fechado, estabilizado pela norma e pela história para convertê-lo em uma constelação aberta e associada a própria experiência.
Em contextos de privação da liberdade, a educação também reproduz o conteúdo programático, mas paralelamente é necessário se concentrar na reconstrução da identidade pessoal dos sujeitos, ou seja, ampliar o horizonte pessoal e promover mais oportunidades de os alunos se expressarem, além de ações que se desenvolvam sem que se imponha um modelo em particular. Trata-se, em todo caso, de erradicar — com as dificuldades que isso implica — as hegemonias culturais na produção e reprodução de sentido, pensar a cultura não como um sistema de hierarquizações, senão como um elemento de coesão e relação social. A batalha das palavras nos discursos sociais reproduz, hoje, um embate inevitável. Escrever um dicionário supõe, no espaço da oficina, evidenciar e questionar essas tensões...
Escrever um dicionário?
Esse “objeto robusto e simplista” que, na fala de Roland Barthes, conjuga como nenhum outro simplicidade com complexidade em torno da língua que descreve, pode ser definido de diferentes maneiras. O significado mais usual, talvez o mais difundido no campo da linguística, é o que nos oferece o dicionário da Real Academia Española (RAE):
Livro em que está reunida e explicada de forma ordenada as vozes de uma ou mais línguas, de uma ciência ou de uma matéria determinada.
Também podemos encontrar uma definição mais literária, mas não menos profunda e precisa. Neste caso escolhemos a que proposta por Ambrose Bierce em El diccionario del diablo:
Um recurso literário mal intencionado para entorpecer o crescimento de uma linguagem e deixá-la rígida e pouco flexível.
A definição de David, integrante da oficina, surpreende por buscar na escrita um certo registro ou tom "objetivo" próprio dos dicionários:
É um livro onde se encontram as palavras cujo significado não se entendem, ordenadas alfabeticamente, cada sentido das palavras e seu significado.
Por outro lado, nas entradas propostas por Luís e Rodrigo, há uma justaposição de elementos subjetivos aos supostamente objetivos:
É refletir o que vemos nos outros ou em nós mesmos para dar a entender o que sou ou o que vou fazer, é um guia para escrever, entender.
É o primordial, um dos passos mais importantes na vida. É o ensino, a linguagem e a visão de toda a criação humana, nome, utilidade, correção, perfeição, escrita, explicação da ciência e da terra.
Por último, transcrevo a definição de dicionário segundo Nahuel, outro aluno. Essa definição se dilui e se completa em um breve relato; ali o significado da palavra ganha um peso particular, atribuído pela experiência:
"Um dia, querendo ensinar à minha sobrinha a lição de casa, que eu não entendia muito, procurávamos uma palavra que não conseguíamos encontrar, minha sobrinha me disse: vamos procurar no dicionário, e eu perguntei para ela o que era um dicionário, e ela me disse: é uma parte da leitura que ajuda a saber juntar as palavras, a saber dissolver (sic) as perguntas. Ela acabou me ensinando o que é um dicionário."
A ideia de escrever um dicionário em paralelo a outros textos abriu uma série de questionamentos. O que é um dicionário? Quais hierarquias esse livro revela que familiariza e habitua ao mesmo tempo que confunde? Não podemos perder de vista que as palavras, além de remeterem às coisas e nos oferecerem juntamente uma representação do mundo, remetem também a outras palavras. Quem são os responsáveis por dar entrada às palavras nesses livros? E dizem para usá-lo como ferramenta. Mas como? Abrindo-o sem mais nem menos? Quais são seus protocolos?
Não precisa dizer que o dicionário marca uma utopia inútil, a de registrar a invariabilidade da língua ao mesmo tempo que exibe o seu desenvolvimento e transformação, sua constante reformulação produto do seu uso indiscriminado e mestiço por parte dos falantes de uma determinada comunidade.
Essa é a força dos falantes, e a riqueza de uma língua reside, em grande parte, em sua transgressão. As instituições, por outra parte, e em tensão com os falantes, tentam normatizar essa língua, canalizar cada grupo de palavras em cadeias de sentido mais ou menos autônomas, padronizadas e regidas por uso, apropriação e poderes que se constroem através delas.
Em primeiro lugar, a proposta de escolher uma palavra e pensar como poderíamos explicar o seu significado para uma pessoa que a desconhece aproximou os alunos dos saberes, daquilo que conhecemos sobre as coisas através das palavras e de nossa experiência. Ao escrevê-lo, os alunos precisaram estabelecer pontes entre a coisa descrita e a palavra que a nomeia.
Como explico para alguém que nunca viu um espelho o que é um espelho? Esta pergunta tão orientada como incerta concentrava em cada um dos alunos a possibilidade de transmitir um saber e levá-lo em consideração. O que inicialmente surgiu como uma dúvida, como uma impossibilidade — o que tenho que fazer? Como faço?—, deu lugar a uma consolidação progressiva, respaldada na prática da escrita.
A cada palavra, o aspecto objetivo da definição própria do dicionário e a subjetividade dos falantes entram em conflito. O trabalho em grupo sustenta e fortalece a produção. Os alunos — organizados como comissão de trabalho involuntária — faz não importar quem define tal ou qual palavra, mas sim o surgimento de inesperadas redes de sentido, uma vez entendida a possibilidade de se compor um livro comumente assinado apenas por instituições acadêmicas.
O espaço da prática
Segundo Philippe Hamon, o sistema descritivo é organizado a partir de três saberes: o enciclopédico, o da experiência e o da linguagem. Neste triângulo é resolvido a vida das palavras e o que elas representam — a informação que nos trazem do mundo. Na oficina, trabalhamos os três aspectos, enfatizando o conhecimento prévio que os alunos possuem. As palavras tornam possível que, incialmente, se retorne à forma nebulosa, mas que com o avanço das sessões, passam a ganhar um grau de precisão cada vez maior. Assim surge a escola, um dicionário em uma casa ou em uma situação particular.
Os alunos são capazes de compreender essa relação e partilham algumas recordações em relação ao uso e a presença dos dicionários que eu transcrevo a seguir:
Hernán: "Vi o dicionário em uma DP (delegacia), um verme (policial) estava ensinando para o moleque (jovem) que estava detido comigo, falava para ele ler para não ser tão burro."
Leonardo: "Em 2005, quando trabalhei em uma empresa de viagens, para poder utilizar mais palavras e poder capturar o comprador com palavras que não entendam, e com essas palavras esconder a verdade sobre as viagens e fazer com que comprem satisfeitos e felizes, tive que utilizar o dicionário."
Ricardo: "Na minha casa tem um dicionário para que os meus netos aprendam o significado de cada palavra."
Nas sessões da oficina, a seleção de palavras tem origens diferentes: os alunos escolhem as palavras, algumas vezes seleciono palavras de textos literários ou eles fazem a seleção, em jornais e revistas, das palavras que lhes chamam a atenção por uma razão particular, ou por não conhecerem o significado. Escrevo as palavras no quadro e pergunto se alguém sabe o que significam ou poderiam significar. É interessante observar que sempre aparece uma relação, mais ou menos remota, com um sentido que nos permite rastrear significados.
Entre as palavras escolhidas pelos alunos para integrar o dicionário, podemos citar as seguintes: asa delta, amor, ar, paz, delinquência, cavalo, paisagem, cadeia. De repente, abre-se um espaço lúdico: nos sentimos detetives ou degustadores de palavras, exploramos sua materialidade, estabelecemos famílias por raízes e desinências, nos deixamos levar por sons semelhantes, realizamos associações livres, sem isenção de caprichos. Nesta pesquisa coletiva, a palavra é um ímã que busca, em uma história particular, sua recuperação no contexto de uma experiência. Uma palavra atrai incontáveis palavras e assim vamos ampliando cada vez mais o raio de significação.
Essas palavras e suas possíveis definições são escritas e então comentadas, a princípio, sem se abrir o dicionário. Geralmente, a comparação com o dicionário é feita ao final da oficina ou não é feita; tal comparação nos permite continuar entrevendo os significados que interferem no uso e a situação comunicacional. Trata-se, em cada caso, de ampliar o vocabulário a partir de associações que têm a ver com os diferentes níveis da palavra.
O dicionário em desenvolvimento revela as negociações permanentes dos falantes com a autoridade da letra, tal como aparece incorporada nos dicionários da língua espanhola, e revela-se como uma forma de história das palavras que são, por sua vez, um relato biográfico e social, atravessado pela articulação indissociável entre linguagem e experiência.
A palavra em cena
A seguir, quero expor três momentos do trabalho de escrita do dicionário que surgiram na oficina. São situações que nos ajudam a refletir sobre o projeto de gerar um dicionário "de portas abertas".
a) Ratificar e retificar. Solicito aos alunos, como outras vezes, que escolham uma palavra qualquer e a expliquem, que tentem definir as características daquilo a que dá nome a palavra. Leo escolhe a palavra “retificar” e a define como "fazer algo ficar novo”. O exemplo pertinente é a retificação de um motor. Pergunto para eles se existe alguma palavra parecida e eles dizem que não sabem. Escrevo no quadro "retificar" e abaixo "ratificar". Alguém pergunta se não se trata da mesma palavra. Ricardo diz que não, lembra da palavra “ratificar” porque em um julgamento em que estava presente, uma testemunha quase analfabeta falou muitas vezes que "ratificava" que a pessoa acusada era a que tinha visto vender droga.
O juiz, segundo Ricardo, falou para a testemunha que essa palavra "ratificar" não era dela, não era uma palavra que ela podia usar. Certamente alguém lhe disse e o homem a repetia. Quando estabelecemos a diferença de significados entre modificar uma opinião ou confirmá-la, eles ficam surpreendidos. Foi uma das sessões da oficina mais intensas, em que percebi que os alunos tinham visto com clareza o valor das palavras em sua colocação em cena, a importância da compreensão e como disputam os espaços de poder no território da língua. Como afirma Irene Klein, “a linguagem nunca é ingênua”. No dia seguinte, levei manchetes de jornais onde ambos os termos eram utilizados e as analisamos.
b) Bicho e bicho. Léo define a palavra bicho para referir-se a alguém “dorminhoco, lento, bobo”. Entre nós falamos de outros significados dessa palavra: “uma espécie de inseto”, escreveu Nahuel, também um animal qualquer ou uma pessoa “viva” para fazer as coisas. Este último significado contrasta com o significado que a palavra "bicho" tem dentro da unidade carcerária: fora, alguém "bicho" é uma pessoa astuta; dentro, o “bicho” o pior, o “bichinho” — é alguém “lerdo”.
c) Independência. Por ocasião da celebração do Dia da Independência, pedi para que eles definissem a palavra “independência”, após lerem na sessão da oficina a Ata de 1816. Junto com a palavra independência aparecem outras relacionadas: liberdade, justiça, sabedoria. À explicação linear ou figurativa do conceito, que os alunos escreveram (ex.: “a independência é como o vento, existe, mas não vemos”), juntamos um método de composição “matemático” que consistiu em somar os termos e atribuir um resultado (ex.: “justiça + sabedoria = independência”). Esta maneira sintética de delimitar os sentidos entusiasmou os alunos, a ponto de elaborarem mais de trinta instruções, lidas no ato escolar de celebração do 9 de julho. Tivemos, por parte do corpo docente e dos demais alunos, uma recepção excelente. Fizemos cópias dos textos e distribuímos para todos.
A organização do dicionário a partir destas pautas e descobrimentos transforma os alunos em produtores da linguagem através do ato da seleção e inclusão dos termos, de modo que são participantes ativos das redes de sentido. Por meio dessas práticas, o aluno entende que o dentro e o fora são dissolvidos também em palavras. Que a seleção das palavras quando nos comunicamos e o conhecimento que temos sobre elas contribuem para organizar um relato acerca doo mundo e favorecem a sua interpretação. Agora somos conscientes de que, além das limitações físicas, há outro aspecto que define as palavras e opera sobre a percepção da realidade, seja na relação que estabeleço com os outros seja no sistema de representação do mundo. Conhecer mais as palavras e aperfeiçoar a comunicação com o entorno permite ao aluno aproveitar cada vez mais suas possibilidades de se integrar à escola de maneira diferente. Trabalhando com as palavras, sentimos como a desigualdade cultural retrocede. O trabalho é excessivamente lento, mas juntos o tornamos possível.
Uma busca incessante
Ao prefaciar o Dicionário Hachette em 1980, Roland Barthes advertiu que “a linguagem não é somente o privilégio do homem, é também a sua prisão. É o que o dicionário nos lembra”. Neste sentido inverso, na contramão desta afirmação, poderíamos dizer que o dicionário escrito pelos alunos na oficina literária da Escuela de Adultos Nº 701 de Olmos rompe com os esquemas de apropriação e exclusão da língua. Ao introduzir um sistema de referências e significações próprias, o registro neutro do dicionário é interpelado pelo dicionário da experiência e vice e versa.
Retomando Barthes: não se trata mais de prisão, mas principalmente de pegar como referência as transformações da vida, a consagração da existência das coisas através da palavra, na projeção de uma “máquina de sonhar” chamada dicionário que ao “engendrar-se a si mesmo [...] de palavra em palavra, acaba se confundido com a potência da imaginação”. Neste sentido, a construção do dicionário se desprende da sua forma original para ir ao encontro de uma forma que não se resolve na acumulação de palavras e sua definição ordenada alfabeticamente. Cada palavra que ingressa encontra seu lugar e dá outro aspecto de sentido ao conjunto, dinamizando e levando-o a outra parte: exonario, indiccionario, archivo blando, artefato sensível de percepção e leitura que registra o sonhar com outros mundos possíveis. Ser falado pelas palavras e, por sua vez, entrar na linguagem e dizer-lhe "estou aqui".
Na oficina, o dicionário vai tomando forma, de maneira quase imperceptível. Seu mundo vai se expandindo cada vez que descobrimos uma palavra-chave se agregando a outras palavras libertadoras — as palavras como chaves. No momento de montar uma primeira versão e sugerir seu título, definiríamos seu objetivo: selecionar cem palavras em ordem alfabética. É possível que seu nome surja daí: “Cem palavras para...”. Proporíamos palavras introdutórias também como sugestão ou instruções de uso, em um registro descritivo ou mais próximo do imaginário literário, algo como um guia básico para exploradores que se aventuram na “selva espessa do real”, para dizê-lo nas palavras de Juan José Saer.
A conclusão do projeto seria a publicação do dicionário em formato de caderno, com intervenções de outros dicionários e a adição de imagens como se fosse uma colagem. Vale também socializar a experiência mediante sessões de leitura e fazer um registro desse trajeto, aprofundar nas diferentes intervenções. Por fim, articular os olhares sobre esse objeto ímpar que longe de fechar um programa, expande e libera-o para múltiplos usos das palavras. Quero fechar este artigo com um dos poemas mais difundidos de Alejandra Pizarnik, “A palavra que salva”, que sintetiza muito bem o espírito do dicionário, sua busca incessante:
"Esperando que um mar seja desenterrado pela linguagem, alguém canta no lugar em que se forma o silêncio. Logo comprovará que não por estar furioso que existe o mar, nem tampouco o mundo. Por isso cada palavra diz o que diz, além de mais e outra coisa."
A seguir são transcritos, como amostra do “dicionário da vida”, algumas entradas escritas pelos alunos nas oficinas. Muitas destas palavras surgem das leituras que feitas na Oficina Literária. Embora cada aluno escolha uma palavra, a partir do intercâmbio oral também escrevem e complementam as definições de seus companheiros.
ASA DELTA. É uma disciplina no ar, uma forma de voar sem motor.
CAVALO. Animal bom, é usado para trabalhar e passear, é obediente e é lindo, têm de muitas pelagens, tem grande e pequeno, dorme no campo, tem quatro patas, tem crina e é bonito.
JACARÉ. Animal feroz, porque é encontrado na região da Europa.
CADEIA. Algo muito ruim que pode acontecer na sua vida, ficar longe da sua família, grades por todos os lados, policiais, pessoas que não conhece, você detesta tudo, tem que esperar um dia para ver a sua família, muita maldade, brigas, traição.
DELINQUÊNCIA. Roubo, por exemplo com arma de fogo, entrar em um estabelecimento e jogar as pessoas no chão e furtar uma moto ou um carro. Eu o fiz por necessidade, as crianças de hoje o fazem por maldade.
JASMIM. Planta de cor branca que cresce em lugares quentes, particularmente com um aroma muito agradável, suas pétalas são frágeis, muito agradáveis aos olhos. Serve para aromatizar o ambiente, é utilizada como perfume, para fazer chá ou decorar.
LIBERDADE. Direito de expressão, direito de ser livre e de fazer o que quer, desde que não incomode as outras pessoas. Está em quem tem vontade de encontrá-la.
LIVRO. Encadernação que relata contos, poesia, etc., serve tanto para aprender como para difundir suas ideias.
PAISAGEM. Determinado ponto do planeta que alguém está olhando e acha atraente e maravilhoso.
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Carlos Ríos | ARGENTINA |
Escritor, editor e professor de História da Arte. Publicou mais de vinte livros, entre eles se destacam Manigua, Cuaderno de campo, El artista sanitario, Un shock póstumo, Hikikomori argentino, Perder la cabeza, Un día en el extranjero y Rebelión en la ópera; parte desta obra integra catálogos no Brasil, na Espanha, no México, na França, no Chile e no Uruguai. Compilou, entre outras, as antologias Sin pena, Haikus libres y Estamos todos bien, com textos e ilustrações produzidas nas oficinas literárias dos presídios da província de Buenos Aires.
É membro do conselho editor do site cultural BazarAmericano.com, fabrica livros e fanzines no Escritório Itinerante e há mais de uma década coordena oficinas de escrita, leitura e produção editorial em contexto de cárcere. Em 2005 foi declarado visitante ilustre pela Câmara Municipal de Huejotzingo, México. Recebeu a Bolsa Criação 2019 do Fundo Nacional de Artes pelo seu projeto de escrita etnográfica sobre oficinas literárias e práticas de leitura nos presídios.